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BUCKFAST PORTUGAL
Gestão Integrada em Apicultura Buckfast
Colmeias Responsáveis pela Produção de Zangões e Abelhas Rainhas
(Buckfast Apis Mellifera)
Orientador: Buckfast Portugal
Coordenador: Gilbert Bast
Responsável da Estação de Acasalamento:
Paulo Gonçalves
(RELATÓRIO PRÁTICO DA
ESTAÇÃO DE ACASALAMENTO “AVEL”)
Trabalho apresentado à
BUCKFAST PORTUGAL.
1 INTRODUÇÃO - 1.1
OBJETIVO - 1.2 LOCALIZAÇÃO E ACESSO - 1.3 ASPETOS SOCIOECONÓMICOS - 1.4 ASPETOS
FISIOGRÁFICOS - 1.5 CLIMA - 1.6 SOLOS - 1.7 VEGETAÇÃO - 1.8 HIDROGRAFIA
2 ATIVIDADES E MÉTODOS
- 2.1 ATIVIDADES PRELIMINARES - 2.2 TRABALHO NO TERRENO - 2.3 TRABALHO
COMPILATÓRIO
3 GENEOLOGIA - 3.1 ARCABOUÇO TÉCNICO
- 3.2 MORFOLOGIA - - 3.4 ESTRATÉGIA - 3.5 DIAGNÓSTICO - 3.6 EVOLUÇÃO
GENEALÓGICA (PEDIGREE).
4 DESCRIÇÃO DAS
UNIDADES
5 CONCLUSÃO
6 RECOMENDAÇÕES
Relatório Prático de Reprodução
1. INTRODUÇÃO:
O presente trabalho
trata da seleção das rainhas responsáveis para a produção de zangões e da
criação de uma estação de acasalamento, localizada em Melgaço, região do Alto
Minho. Nele teremos a oportunidade de observar o resultado dos trabalhos no
terreno, distribuídos e organizados em capítulos.
1.1 OBJETIVO:
O objetivo deste
trabalho consiste, essencialmente, na seleção e reprodução da abelha Buckfast.
Nesta primeira fase existem dois apiários, estando previstos para 2017 quatro
apiários, dirigidos por mim e acompanhados pelo coordenador de reprodução,
Gilbert Bast, e também pela Presidente da Buckfast Portugal, Carla Esteves, pelo
Presidente do Concelho Fiscal, Nelson Esteves e pelo Secretário Cláudio Pinto.
Descrevo de forma detalhada todos os pontos importantes durante a prática de
reprodução, assim como da estação, também com a função de fotografar,
identificar as rainhas e compreender os seus aspetos e comportamentos
autóctones.
Não menos importante
que o objetivo anterior, é a oportunidade que este trabalho nos faculta,
permitindo deste modo ampliar os nossos conhecimentos sobre a reprodução
Buckfast em cópula de alta montanha, o que nos ajudará a entender com mais
facilidade as exigências que surgirão nos próximos anos.
Como a referida abelha
já tem sido objeto de desenvolvimento em inseminação e acasalamento com tempo
de voo controlado (cópula Luar), tenho a oportunidade de concluir que estes
conhecimentos ser-nos-ão de grande utilidade. Portanto, tornou-se mais um
objetivo procurar o máximo de informações possíveis sobre a estação de
acasalamento em outras fontes de conhecimento.
1.2 LOCALIZAÇÃO E ACESSO:
A estação de acasalamento
situa-se na serra Peneda-Gerês, em Melgaço, mais precisamente na Branda da
Aveleira - Gave, e encontra-se localizada a cerca de 20 km de Melgaço. A escolha
dessa zona deve-se a um vale com uma circundante de montanhas com 1100m a 1300m
de altitude.
O acesso, a partir de
Melgaço, pode ser efetuado, no sentido Melgaço-Lamas de Mouro, ou, Pomares
Gave. A partir de Monção, no sentido Riba de Mouro. A partir dos Arcos de
Valdevez no sentido Gavieira. Estas três vias facilitam o acesso para o local
de estação de acasalamento.
Figura 1.1:
Localização.
1.3 ASPECTOS SOCIOECONÔMICOS:
A Branda da Aveleira,
Município de Melgaço fica aproximadamente a 80 Km da capital de distrito,
de Viana do Castelo. A economia de subsistência é baseada no turismo rural e criação
de gado bovino, sendo que o turismo começa a exercer a sua influência na
Aveleira. As principais atrações turísticas estão nas pedras glaciares e no
túmulo megalítico pré-histórico. A Branda possui ainda o Rio Aveleira, onde
temos a oportunidade de observar uma água cristalina, e uma beleza paisagística
fascinante.
1.4 ASPETOS FISIOGRÁFICOS:
A Branda está inserida
numa área de clima húmido, apresentando as seguintes características: quatro
estações bem distintas – inverno, neve; primavera, chuva e frio; verão, marcado
por noites húmidas e dias secos; Outono, húmido e ventoso.
1.5 CLIMA:
A temperatura média do
mês mais frio é inferior a 0°C
e a média do mês mais quente é superior a 27°C .
1.6 SOLOS:
Trata-se de solos
fortemente ácidos, de boa drenagem, permeáveis e de baixa fertilidade natural.
Estes solos possuem
estrutura dura, consistência muito xistosa e pequena diferenciação morfológica
entre os seus horizontes. Estes são encontrados geralmente na posição sul e as
rochas são associadas à glaciação.
1.7 VEGETAÇÃO
A vegetação da branda
da aveleira é constituída por uma flora bastante variada, mas mono floral, com
presença de ericaceias. No entanto, há variações conforme as estações do ano:
no inverno há urze-queiroga e torgairinha; na primavera há torgairinha e
brótebas e urze rasteira; no verão há silva, castanheiro e urze; no outono há
queiroga.
Predominam os vidoeiros
e os pinhos nórdicos, árvores e arbustos bastante esparsos entre si.
A ocupação é
essencialmente de pasto, ou seja, instalações de criação de gado bovino e
terrenos ocupados para a extração de feno que permite uma alimentação biológica
dos animais no período de inverno.
Figura 1.2: (Branda da
Aveleira).
1.8 HIDROGRAFIA
O rio Aveleira é o
coletor hidrográfico principal da Branda da aveleira, atravessando-a
horizontalmente de este a oeste e apresenta uma grande variação relativamente
ao nível de água ao longo do ano. Conseguimos observar, no fundo do leito,
grandes rocas graníticas e formas geométricas de dimensões variadas ao longo do
seu curso fluvial. É primeiro afluente do rio Vez e possui cascatas que são
atracão turística.
2 ATIVIDADES E MÉTODOS
A metodologia adoptada
para dividir e organizar o nosso trabalho divide-se em três etapas contínuas e
bem definidas, a saber:
2.1 ATIVIDADES PRELIMINARES
A formação específica
no pré-terreno teve como objetivo receber as instruções necessárias sobre como
agir na estação de acasalamento, assim como manusear os equipamentos
necessários para a realização dessa parte do trabalho (acasalamento dirigido).
2.2 TRABALHO NO TERRENO
Para a realização dessa
parte do trabalho foram necessários meios mecânicos e humanos para a
terraplanagem e reparação de acessibilidades para dois apiários destinados a
estação de acasalamento, assim como vedações em duas áreas com perímetro de 400 m2 cada,
existindo duas outras áreas com cerca de 50m2 cada uma, para
salvaguardar a zona de acasalamento. Alguns equipamentos, tais como: Mini-plus
e uma seleção de 22 colmeias, todas com rainhas irmãs AS24.
AGENDA
Foi usada para
registar o trajecto percorrido, esboçar e descrever detalhadamente todas as
reproduções.
2.3 TRABALHO COMPILATÓRIO
Pesquisamos em diversas
fontes de conhecimento outras informações sobre o acasalamento dirigido para
serem integradas ao que conseguimos na estação, por exemplo, dados do Projeto
Buckfast, pedigreeapis, internet e outros.
2.3 Obstáculos (temperaturas, morte)
Figura 1.3: As reticências não
tiveram a ver só com o clima! Também as raposas visitavam frequentemente a
estação, apresentando um estrago de cerca de 150 unidades (mini-plus)…
Figura 1.4: (estragos
provocados pelas raposas).
3 GENEOLOGIA
Figura 1.5: Exemplares utilizados.
Figura 1.6: O quadro genealógico da
AS24 (pedigree).
3.1 DISCRIÇÃO PRÁTICA
Foram reproduzidas 130 rainhas AS24;
sobreviveram 97; também houve uma taxa alta de substituição; de 97 ficaram 50
rainhas, das quais mais de metade mostraram não ter qualquer resistência a
varroa. Levei para a estação 22 colmeias, mas mesmo assim só 8 tiveram um
comportamento que ia ao encontro dos meus objetivos.
Este ano foi a 1ª época na nossa Buckfast-cópula dirigida e conseguimos
concluir o trabalho com êxito.
A nossa estação foi povoada por 22 colmeias preparadas especificamente
para o acasalamento de rainhas.
Vários apicultores, de diferentes zonas do país e da vizinha Espanha,
procuraram a estação de acasalamento dirigido.
As colónias de zangões foram alinhadas numa única fila. O
desenvolvimento foi um pouco comprometido por interrupção da ninhada
relacionada com ondas de frio que se fizeram sentir durante o período de
primavera, porém não teve influência negativa sobre o desenvolvimento dos
zangões. Todas as colónias de zangões tiveram capacidade de adaptação à nova
localização.
As condições meteorológicas, durante a temporada, foram em sua maioria
negativas, com a excepção do mês de junho.. Mesmo assim os zangões das 22
colónias ofereceram-nos um bom resultado.
As colmeias de zangões foram preparados da melhor forma, mas ainda não
correspondem ao número desejado.
Figura 4 (estação vista
lateral)
Figura 5 (estação vista
frontal)
3.2 MORFOLÓGIA
Abelha irregular; as
rainhas apresentavam a mesma irregularidade; os machos mantinham boas
características com pequenas variações morfológicas entre eles.
3.3. ESTRATÉGIA
Figura 4 Sendo este o primeiro
ano de estação de acasalamento, deu para rever vários pontos importantes para
que a próxima época seja encarada com maior responsabilidade e
profissionalismo.
3.4 DIAGNÓSTICO
Após análises
efectuadas aos animais e estes apresentaram estar livres de qualquer patologia.
3.5 EVOLUÇÃO GENEOLÓGICA
Foram reproduzidas
sobre o conceito de tia sobrinhos 12 rainhas AS24, das quais atualmente só
existe uma devido à substituição da progenitora (como diz o ditado, quem tem
uma não tem nenhuma).
4.1 DESCRIÇÃO DAS UNIDADES
Todas as colmeias serão
transportadas no fim da época de estação de acasalamento para o apiário de
queimadas onde servirão para produção de mel.
5 CONCLUSÃO
De entre os vários
benefícios alcançados durante o acasalamento de abelhas rainhas, sem dúvida que
merece destaque o facto de nos proporcionar e ampliar os conhecimentos práticos
e técnicos já adquiridos. Além disso, durante o trabalho de acasalamento foi
possível identificar, na prática, pormenores que se apresentavam no maneio
diário com rainhas e mini-plus, de modo a compreender os seus aspectos e
comportamentos habitacionais (mini-plus) e climáticos das rainhas na região.
Foi possível ainda,
após visitar toda a zona, fazer um levantamento sobre o contexto genealógico
local, onde conseguimos reunir uma quantidade expressiva de informações, à qual
juntamos os nossos dados obtidos na zona: três colmeias do modelo lusitano na
branda de Sto António, colocadas pela primeira vez em Maio de 2016; 11 colmeias
do mesmo modelo na Bolsa dos Homens, em Maio de 2016 (como diz o ditado “quando
a Maria meja todos tem inveja”); e posteriormente foram fechadas com grade
excluindora apenas três colmeias de abelhas na branda de St António.
Durante o período da
prática na estação, visitou-se um local de exploração com 11 colmeias a 3 km . Entretanto, não foi
possível proceder à colocação de grades excluidoras, ficando combinado com o
apicultor responsável o fecho das mesmas, pois este mostrou interesse em
participar do projecto Buckfast.
6 RECOMENDAÇÕES
Não há dúvidas de que a
Estação de Acasalamento Dirigido é uma atividade muito importante que contribui
para o desenvolvimento genealógico (pedigree) e também permite ampliar os
nossos conhecimentos como apicultor. Por isso, a partir desta visão e pensando
nas próximas rainhas seleccionadas, recomendo algumas ideias que podem
enriquecer esta atividade e deixá-la ainda mais produtiva: maior
disponibilidade de espaço para a colocação de núcleos (mini-plus) para o
acasalamento; aumento do número de colmeias produtoras de zangões; aumento do
número de apicultores/instrutores.
7 REFERÊNCIAS
Paulo Gonçalves: paulomcg@live.com.pt / https://www.facebook.com/Buckfast.Portugal/
ProApis: proapis.pt@gmail.com
Buckfast Portugal: http://abelhadebuckfast.blogspot.pt/
Pedigreeapis: http://perso.unamur.be/~jvandyck/homage/elver/
Comunidade Europeia de
Apicultores Buckfast: http://wp.gdeb.eu/
Este relatório está pronto e vai fazer
parte dos arquivos da Abeyy-Associação Buckfast Portugal.
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